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🤓 # 50. Fui em uma das maiores conferência de tecnologia em saúde dos EUA - a HLTH '24

Olá pessoal,

Depois de 20 dias viajando de férias (sendo 5 em congresso), finalmente voltei para SP!

Participei da conferência HLTH, um dos maiores eventos de tecnologia em saúde dos EUA, que aconteceu em Las Vegas, de 19-23 de Outubro.

Foram 12.000 participantes, 2.750 CEOs, 400 palestrantes e 900 patrocinadores.

Eu pude fazer o meu sequenciamento genético completo (de graça), testei vários co-pilotos, agentes IA, fiz um mini check-up point-of-care e consegui trocar ideia com algumas pessoas que me inspiram bastante, como o Mario Schlosser, CEO da Oscar Health e o Punit Soni, CEO da Suki.

(De quebra consegui conhecer a Sphere ⭕️ )

Dois pontos me chamaram muito a atenção:

  • Quase em todos os painéis o tema convergia para IA generativa

  • Os agonistas da GLP-1 estão no auge do hype

Separei 10 grandes novidades para compartilhar com vocês.

Espero que gostem!

Tempo de leitura : 5 minutos

💬 Em pauta

1. Co-pilotos médicos

Depois de visitar mais de 15 stands de empresas fazendo co-pilotos médicos, eu percebi que existem 3 grandes frentes de atuação:

  • Transcrição + nota clínica

  • Suporte à decisão clínica

  • Geração de documentos

Entre os principais players, existe overlap entre os features, mas já é possível ver algumas grandes focando em fazer só uma coisa muito bem, como é o caso da Suki, que recebeu uma nova rodada de investimento, com um aporte de $ 70 milhões de dólares.

Outras empresas que me chamaram atenção:

  • Nabla

  • DeepScribe

  • Abridge

Fiz demo com quase todos, mas a melhor experiência parece ser de um time jovem, chamado Sully AI. Fiquei impressionando com a nova interface que eles mostraram, principalmente a velocidade de transcrição, qualidade e um olhar mais global para a experiência de documentação clínica.


2. Agentes IA para agendamento

Assistentes IA para ajudar pacientes com agendamento por voz e texto. Achei incrível o case da Elise AI, que já tem estes agentes operando em masi de 10 grupos hospitalares nos EUA.

Esse vale a pena até compartilhar o folder. Olha que interessante.

Eles me contaram que 70% dos pacientes atendidos hoje não percebem que estão falando com um bot.

Por enquanto, eles focaram apenas em tarefas burocráticas (o que eu acho o melhor caminho mesmo). Mas em breve, poderemos ver esse tipo de interação mais próximo da jornada de cuidado também!

3. GLP-1 na água?

Grandes empresas dos anos 2010-2015 focadas em prevenção de Diabetes e doenças cardiovasculares, como Omada e Noom, resolveram focar 100% nos agonistas da GLP-1, Ozempic e toda a sua turma.

Eles estão combinando a terapia cognitivo-comportamental, times de coaches (guias de saúde) com tratamentos personalizados com GLP-1 manipulado, ou seja, com custo mais baixo.

Além disso, durante a conferência, esse foi o segundo tema mais falado, logo depois de gen AI na saúde.

Senti a mesma coisa em 2007, durante uma congresso de Cardiologia, em que alguns pesquisadores começaram a aventar a possibilidade de colocar estatina na água, devido aos seus fatores protetores e diminuição de mortalidade cardiovascular.

Como novos estudos saindo sobre o potencial dos agonistas da GLP-1 em várias doenças crônicas, começa agora uma corrida para os genéricos e manipulados.

Os programas estão variando entre 200-300 dólares por mês, já incluindo o medicamento.

4. Testemunho do Mario Schlosser

Durante um painel sobre a vida de founders de healthtech, o Mario Schlosser, CEO da Oscar health (plano de saúde digital) falou sobre como a Oscar health teve vários altos e baixos durante os seus 12 anos e que ele subestimou o mercado de saúde, que é mais lento que os outros, o que testou muito a sua resiliência rs. Foi um dos painéis que eu mais gostei do evento. 😃 



5. Democratização da polissonografia

Uma dos exames que eu tinha mais dificuldade de colocar para os meus pacientes era a Polissonografia. Alto custo, baixa disponibilidade e desconfortável.

Conheci uma solução bem legal que tentar resolver isso com uma polissono em casa, chamada Onera.

O paciente leva o dispositivo para casa, cola os sensores e dorme normalmente.

Simples, prático e 5x mais barato!

6. Saúde nas empresas

Eu fiz um mini check-up da empresa Reperio, focada na saúde dos colaboradores nas empresas, um problema que eu presenciei de perto na Pipo saúde por 5 anos.

Um dos desafios é como fazer as pessoas engajarem no cuidado. Acho que esse tipo de abordagem pode funcionar.

A empresa envia um “kit check-up”, em que o colaborador consegue medir a pressão, cintura abdominal, fazer uma glicemia e colesterol point-of-care, com resultados e sugestões, tudo sai na hora, bem interessante.

7. A guerra dos anéis

Conversei com um dos médicos e diretores de saúde da Samsung. Ele deu uma aula sobre o Galaxy Ring e como ele é melhor que o Oura (quase me convenceu rs).

Escrevi uma matéria sobre esse assunto no Saúde Business. (se quiser entender mais sobre esses novos wearables)

Alguns pontos que ele trouxe:

  • Complemento dos dados e sensores com o Samsung watch (melhorando a acurácia das informações)

  • Foco da Samsung em pesquisa clínica

  • Maior volume de devices no médio prazo, o que vai ajudar a treinar os modelos de predição

  • Preço único, sem assinatura mensal (ao contrário do Oura Ring)

8. Testes genéticos

A 23&me, maior empresa de testes genéticos dos EUA, estava com uma condição especial para os congressistas - fazer a versão mais premium do teste sem custo : )

Aproveitem para cuspir no copinho e avaliar 23 pares de cromossomos + 55 marcadores de doenças, que vão gerar mais de 200 insights sobre a minha saúde.

9. Monitoramento hospitalar com IA

Eu já tinha visto a central de monitoramento hospitalar em tempo real do Einstein, mas na HLTH eu vi um outro nível de acompanhamento com a Hellocare.

São câmeras equipadas com algoritmos de IA (computer vision) parecidos com os usados no Tesla e Waymo.

Com estes sensores, as câmeras conseguem prever:

  • Queda no leito

  • Delirium

  • Deterioração clínica

  • Agitação

Fiquei impressionado com os resultados e pelo fato que não está em teste. na verdade, já tem mais de 20 instituições nos EUA usando a tecnologia, incluindo a Mayo Clinic.

Câmera de monitoramento da hellocare para uso domiciliar - equipada com IA.

10. Hollywood entrando na saúde

Dois grandes nomes do entretenimento deram as caras no HLTH para falar dos seus projetos em saúde.

A Halle Berry está com uma startup chamada RESPIN, focada no cuidado à saúde da mulher na menopausa, inclusive com lançamento do primeiro produto, um gel íntimo para mulheres em perimenopausa.

Muitas novidades né?

Vou trazer mais updates pelo Linkedin, fique ligado por lá também!

❇️ Recomendações (HLTH)

Teste de urina multiparâmetros em casa

Ganhei um teste de urina chamado Vivoo, que tem como proposta avaliar diferentes parâmetros no exame de urina e dar sugestões de melhora de hábitos. Achei interessante, vou testar!

Se for para os EUA, faça o teste da 23&Me

Eu fiz esse programa chamado Total health para testar. Vou atualizando sobre os achados no Linkedin 😉 .

💭 Citação

Isso é muito verdade!

(fonte)

Mesmos centros de excelência em saúde ainda entregam uma experiência administrativa ruim, o que prejudicando a experiência dos pacientes.

 

Por hoje é só!

Mandem feedbacks, é só responder esse e-mail.

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Domingo que vem tem mais,

Abraço!

Thiago Liguori