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# 14. Você já fez o novo exame de sangue para Alzheimer? 🧠

# 14. Você já fez o novo exame de sangue para Alzheimer? 🧠

Thiago Liguori
September 24, 2023

Olá pessoal,

Esta semana o Laboratório Fleury lançou um novo exame que possui boa acurácia para diagnóstico da doença de Alzheimer (88%).

A novidade saiu na mídia, mas com pouco detalhamento e orientações práticas. Resolvi pintar o cenário completo para vocês. : )

Tempo de leitura : 4 minutos

💬 Em pauta

Você deveria fazer o exame de sangue para saber o seu risco de doença de Alzheimer? Não.

Mas eu tenho uma pessoa na família que teve a doença. Devo fazer? Não.

Apesar do grande entusiasmo entre pacientes, este exame é apenas indicado para pessoas > 55 anos com sintomas da doença.

No Brasil, cerca de 1,2 milhão de pessoas vivem com alguma forma de demência e 100 mil novos casos são diagnosticados por ano. Em todo o mundo, o número chega a 50 milhões de pessoas. Segundo estimativas da Alzheimer’s Disease International, os números poderão chegar a 74,7 milhões em 2030 e 131,5 milhões em 2050, devido ao envelhecimento da população. Esse cenário mostra que a doença caracteriza uma crise global de saúde que deve ser enfrentada.

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa, progressiva e ainda sem cura que afeta, majoritariamente, pessoas acima de 65 anos de idade, impactando a memória, a linguagem e a percepção do mundo. Provoca alterações no comportamento, na personalidade e no humor do paciente.

A doença é progressiva e os sintomas podem ser divididos em três “fases”.

– Leve: falhas de memória e esquecimentos constantes; dificuldades em realizar tarefas complexas (como cuidar das finanças);
– Moderada: o paciente já necessita de ajuda para realizar tarefas simples, como se vestir;
– Avançada: o paciente necessita de auxílio para realizar qualquer atividade, como comer, tomar banho e cuidar da higiene.

O Fleury acaba de trazer ao Brasil um exame de de sangue para detecção precoce da Doença de Alzheimer.

Com o custo de R$ 3.600,00, o exame foi criado pela C2N Diagnostics, Missouri, EUA, e pode ser feito com uma coleta de sangue periférico.

Indicado para pacientes acima de 55 anos com sinais ou sintomas de comprometimento cognitivo leve ou demência, que estão sendo avaliados para doença de Alzheimer ou outras causas de declínio cognitivo.

O benefício é não ser invasivo e não ter que expor o paciente à radiação para uma avaliação inicial.

O teste, chamado PrecivityAD2, mede os níveis e a relação de duas proteínas no sangue:

▶ Beta-amiloide 42 (Aβ42)

▶ Tau fosforilada-217 (p-Tau217).

Para calcular a Razão Aβ42/40 e p-tau217/np-tau217 (Razão p-tau217), o teste quantifica simultaneamente as concentrações específicas de peptídeo beta amiloide e tau no plasma.

Essas proteínas estão envolvidas na formação de placas amiloides e emaranhados de tau, que são dois dos principais sinais da doença de Alzheimer.

Os resultados do teste são usados para calcular uma pontuação de probabilidade de amiloide 2 (APS2), que é uma medida da probabilidade do paciente de existirem placas amiloides no cérebro. 🧠

Uma pontuação APS2 mais alta indica uma probabilidade maior de placas amiloides.

O teste PrecivityAD2 é uma uma opção mais acessível para pacientes do que outros métodos de detecção das placas, como:

▶ Tomografia por emissão de pósitrons (PET) e

▶ análise do líquido cefalorraquidiano (LCR).

Apesar de ser relativamente novo, o teste mostrou ser preciso e confiável nas pesquisas clínicas.

Ele alcançou um desempenho geral de 0,94 AUC e 88% de precisão em um estudo de validação clínica que envolveu dois coortes independentes.

O teste PrecivityAD2 também pode ajudar a:

▶ Descartar a doença de Alzheimer e outras causas de declínio cognitivo
▶ Monitorar a progressão da doença
▶ Tomar decisões sobre o tratamento.

É importante observar que um resultado positivo não significa necessariamente que uma pessoa tem doença de Alzheimer.

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ATENÇÃO:
Existem outras causas de declínio cognitivo e os profissionais de saúde usarão os resultados do teste PrecivityAD2 em conjunto com outras informações, como histórico médico do paciente e avaliação cognitiva, para fazer um diagnóstico.